Como as pessoas na América Latina se sentem sobre o mundo de hoje – e seus sentimentos mudaram nos últimos cinco anos?

Nós mergulhamos nesta questão através do nosso estudo mais recente The Next Normal: Rise of Resilience, para o qual entrevistamos 28.600 pessoas de idades entre 6 e 54 anos em 30 países, incluindo quase 4.800 espalhadas pela Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e México. Aqui estão algumas das principais descobertas sobre nossos entrevistados na América Latina:

Eles se preocupam mais sobre segurança e estabilidade. Na América Latina, 62% disseram que se sentem menos seguros do que cinco anos atrás – consideravelmente acima da média global de 37%. Várias coisas os preocupam mais do que seus pares globais: o crime e a violência (70% acima do resto do mundo), a economia (48% a mais), o preço das coisas (39% a mais), a liderança do governo (35% a mais), o meio ambiente (31% a mais) e o terrorismo (30% a mais).

Eles têm menos fé em líderes religiosos, amigos próximos e até neles mesmos. Na América Latina, a confiança em líderes religiosos caiu numa velocidade ainda mais rápida do que no resto do mundo entre 2012 e 2017 (queda de 38% na América Latina, queda de 33% no mundo). A confiança nos amigos próximos caiu 17% na América Latina (queda de 13% no mundo), e até a confiança no seu próprio julgamento pessoal caiu 27% (queda de 22% no mundo).

No entanto eles continuam contentes e um pouco menos estressados do que as pessoas de outras regiões. As pessoas na América Latina têm suas preocupações sobre o mundo, mas isso não afeta seu estado mental – 87% disseram que estão felizes, muito acima da média global de 76%. Eles também estão ligeiramente menos estressados (29% na América Latina, 32% no mundo) e estão mais propensos a acreditar que conseguem lidar com o que quer que a vida lhes traga (84% na América Latina, 71% no mundo). Quase 9 em cada 10 (88%) disseram que sempre olham para o lado positivo.

A música alivia suas ansiedades. Na América Latina, escutar música é o principal método para aliviar o estresse. (Globalmente, a principal forma de aliviar o estresse é passar um tempo com a família e amigos). As pessoas na América Latina estão muito mais propensas a dizer que a música é uma fonte de inspiração (87% na América Latina, 79% no mundo), que elas gostam de escutar música repetidas vezes (82% na América Latina, 77% no mundo), e que elas gostam de dançar sozinhas nos seus quartos (63% na América Latina, 56% no mundo).

Suas visões de mundo estão se expandindo através de suas redes sociais vastas e ampliadas.  O número dos contatos nas redes sociais na América Latina explodiu nos últimos anos, aumentando para uma média de 784 em vez de 178 cinco anos atrás. Em 2017, as pessoas na América Latina possuem redes sociais que estão em média 45% maiores do que a média global de 538. Além disso, o número de contatos online que eles nunca conheceram na vida real mais do que dobrou, de uma média de 23 pessoas em 2012 para 76 em 2017. Estas redes sociais expandidas lhes dão acesso à novas pessoas e ideias que ampliam seus horizontes.

Eles acreditam que podem fazer a diferença. Na América Latina, 82% acreditam que seu grupo de idade tem o poder de mudar o mundo – acima da média global de 78%. Esta crença é consistente através de todas as idades, entre pessoas de 6 a 54 anos.

Eles estão interessados no mundo, aceitam os outros, e estão agindo localmente. Na América Latina, 93% disseram que estão curiosos sobre o mundo – acima da média global de 89%. Virtualmente todos acreditam que todo mundo deve ser tratado com respeito independente da raça, religião ou sexualidade (95% na América Latina, 89% global). E 88% na América Latina disseram que estão ativos nas suas comunidades, comparado com 81% no mundo.