A Aceitação da Comunidade LGBT Está Crescendo Globalmente, Mas a Igualdade Ainda Está Longe
Hoje, no dia Internacional da Luta Contra a Homofobia e a Transfobia, o Logo, uma marca líder inspirada pela comunidade LGBT, divulgou as primeiras descobertas da ILGA-RIWI 2016 “Global Attitudes Survey on LGBTI People.”* (Pesquisa Global de Atitudes em relação às pessoas LGBTI).
Esta pesquisa de quase 100.000 indivíduos online em 65 países incluindo Brasil, China, Congo, Egito, França, Iraque, Rússia, Arábia Saudita, Uganda e os Estados Unidos, é a maior pesquisa de atitudes em relação às pessoas LGBT ao redor do mundo.**
No geral, o estudo descobriu que apesar da aceitação em relação à comunidade LGBT estar aumentando globalmente, ainda há um longo caminho pela frente até a igualdade.
Aqui estão algumas outras descobertas desta pesquisa:
Existe um apoio global aos direitos humanos da comunidade LGBT. Dois terços dos entrevistados globais concordaram que os direitos humanos devem ser aplicados a todos, independente de por quem eles se sentem atraídos ou de qual gênero eles se identificam. Na verdade, a maioria concordou com isso nos 65 países.
Na Nigéria, onde as relações de pessoas do mesmo sexo pode ser punida com a morte, 67 por cento dos entrevistados concordam com esta afirmação. Na Índia, onde no início deste ano a Suprema Corte ouviu um desafio a uma lei que criminalizava as relações LGBT que foi promulgada em 2013, 68 por cento dos entrevistados concordou.
As atitudes em relação à comunidade LGBT melhoraram nos últimos cinco anos. Globalmente, mais do dobro dos entrevistados disseram que suas atitudes em relação à população LGTB ficou mais favorável nos últimos 5 anos, do que os que disseram que suas atitudes ficaram menos favoráveis (34 por cento mais favoráveis versus 15 por cento menos favoráveis).
Em todos os países, os entrevistados que disseram que suas atitudes ficaram mais favoráveis durante os últimos cinco anos contaram que conhecer alguém da comunidade LGTB foi a principal razão por trás da mudança. No entanto, esta tendência positiva não é universal. Em sete países (Congo, Fiji, Indonésia, Jordânia, Cazaquistão, Nigéria e Uganda), o número de pessoas que declararam que suas atitudes em relação às pessoas LGBT tornou-se menos favorável nos últimos cinco anos foi maior do que os que disseram que suas atitudes ficaram mais favoráveis.
A maioria concorda que as pessoas LGBT não deveriam ser demitidas. Em nenhum dos 65 países a maioria dos entrevistados concordou que as empresas deveriam poder demitir empregados por ser LGTB. Nos Estados Unidos, onde 29 estados não têm proteção legal impedindo que pessoas LGBT sejam demitidas por ser quem são, apenas 15 por cento concordaram que as empresas deveriam poder demitir legalmente um empregado por ser LGTB.
O apoio é baixo para a criminalização das pessoas LGTB. A maioria dos entrevistados não concorda que ser LGTB deva ser um crime, apesar das leis de criminalização contra as pessoas LGTB existirem em pelo menos 75 países. Isso inclui entrevistados de países que atualmente possuem leis que criminalizam os LGTB ou distribuir materiais LGTB: Rússia (54 por cento discordam que ser LGTB deve ser um crime); Índia (49 por cento); Jamaica (45 por cento); e Marrocos (39 por cento). A maioria dos entrevistados em apenas 5 países (Congo, Gana, Nigéria, Paquistão, Uganda) concordam que ser LGBT deve ser um crime.
O bullying em relação aos jovens LGBT precisa acabar. Mais da metade (51 por cento) dos entrevistados globais acreditam que o bullying dos jovens que se identificam ou são percebidos como LGBT é um problema grave. Quase a metade dos entrevistados do norte da África e do Oriente Médio concordam com esta afirmação, que é a maior porcentagem de aceitação nestas regiões sobre uma questão LGTB.
A igualdade do casamento ainda não tem um apoio forte. Quando perguntados se o casamento entre pessoas do mesmo sexo deveria ser legalizado, apenas 33 por cento globalmente responderam que “sim”. Muitos globalmente (24 por cento na média) responderam “eu não sei”, enquanto a grande maioria (43 por cento) respondeu que “não”.
Os entrevistados norte americanos e europeus foram os que estavam mais a favor, com 50 por cento e 54 por cento, respectivamente. A maior alta de repostas negativas veio da Europa do Leste Central (56 por cento), do norte da África e do Oriente Médio (56 por cento) e do resto da África (57 por cento). A Holanda, que foi o primeiro país a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo em 2001, e a Irlanda, que legalizou o casamento gay por voto nacional no ano passado, tiveram os menores níveis de oposição (20% e 18%, respectivamente). Na Austrália, onde a igualdade no direito do casamento está atualmente sendo debatida, 55 por cento dos entrevistados disseram que a igualdade de direitos deveria ser legalizada.
Além disso, o Logo anuncia o lançamento do “Global Ally”:
A nova iniciativa do Logo, “Global Ally” mostra um retrato dos ativistas LGBTI ao redor do mundo. O Logo se juntou ao Human Rights Campaign (HRC) e ao OutRight Action International no Global Ally, um projeto de “storytelling” multiplataforma com duração de um ano, que trará entrevistas em vídeo com dezenas de ativistas LGBTI internacionais. O Global Ally traz para o público do Logo uma visão íntima da vida de pessoas LGBTI internacionais e apresenta maneiras para enviar mensagens diretas de solidariedade e apoio aos ativistas ao redor do mundo.
Para mais informações sobre o Global Ally do Logo: globalally.org
*‘LGBTI’ refere-se coletivamente às pessoas que são lésbicas, gays, bissexual, trans e/ou intersex.
**Este estudo foi feito em colaboração com o ILGA (The International Lesbian, Gay, Bisexual, Trans and Intersex Association) e RIWI (uma empresa de tecnologia de pesquisa global que capta a opinião do cidadão e do consumidor em todos os países do mundo).